quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado

Romeu Tuma Júnior, ex-secretário nacional de Justiça, empreende aqui uma verdadeira devassa nos métodos postos em prática durante o governo Lula, com longa experiência em investigação no Brasil e no exterior, e tendo ocupado todos os cargos importantes na Polícia Federal, o autor foi colaborador próximo do pai, Romeu Tuma, respeitado diretor do Dops e senador da República.
Neste depoimento, o autor conta o que viu e o que ouviu do pai sobre o convívio com o então sindicalista Lula, preso 'especial' no Dops, explica o assassinato do prefeito Celso Daniel, de cuja investigação participou, analisa em profundidade como funcionaram, na última década, órgãos de segurança institucional como a Polícia Federal e a Abin, mostra as provas do grampo telefônico no STF, revela como são tratados os desafetos políticos e os empresários incômodos ao governo, e qual o objetivo real de operações midiáticas como a Trovão, a Chacal e a Satiagraha, entre muitos outros temas polêmicos.
Num relato desassombrado e contundente, Tuma Jr. também desconstrói a campanha de que foi vítima ao se recusar a pôr em prática os métodos nada republicanos de alguns figurões do governo Lula, os retratos que pinta dos poderosos de plantão são devastadores, e impressionam pelo realismo e pela minúcia de detalhes, além do precioso arquivo do pai, que conhece profundamente, Romeu Tuma Junior é um metódico arquivista de tudo que viveu e experienciou, essa singularidade do seu temperamento faz desse um livro fundamental para se entender, por dentro, a engrenagem do poder no Brasil dos nossos dias.




Título: ASSASSINATO DE REPUTAÇOES - UM CRIME DE ESTADO
Formato: LIVRO
Autor: TUMA JUNIOR, ROMEU
Idioma: PORTUGUES
Editora: TOPBOOKS
Assunto: CIÊNCIAS SOCIAIS - CIÊNCIA POLÍTICA

ISBN: 8574752282
ISBN-13: 9788574752280
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Altura: 23 cm
Largura: 16 cm
Edição:
Ano de Lançamento: 2013
Número de páginas: 560
TRECHOS DO LIVRO
Lula desconversou. Disparou novamente as mesmas assertivas, como se eu não as tivesse ouvido – ou como se não me supusesse capaz de dizer-lhe as verdades que ouvira 15 segundos antes: “Tuminha, e o velho?”
Repito, ainda que imerecidamente, ao Lula: “Está lutando e sobrevivendo”.
E prossigo: “Aliás, ele está aqui porque o senhor não teve na democracia a coragem que ele teve na ditadura”.
Lula tem o olhar falciforme, aperta as pálpebras, contrai as pupilas ágeis. Mesmo assim deixa vazar uma réstia de olhar ladino, aquele dos contrariados. Enquanto estudo as reações no seu rosto, ele devolve: “O que é isso, Tuma?”, indagou. Era um Lula diverso do anterior: agora surpreso, num lampejo de reação defensiva. Foi uma das raras vezes em que o olhar inequívoco do Barba não falseou o que ele sentia.
Voltando à carga, respondi: “É isso, presidente! A sua covardia fez com meu pai exatamente o contrário do que a coragem dele fez com sua mãe há 30 anos. Ele se preocupou em preservar a saúde dela, enquanto o senhor ajudou a acabar com a dele. Mas com uma diferença: ela não sofreu pelo que o senhor fez, e ele está sofrendo pelo que o senhor sabe que eu não fiz! Presidente, ele não merecia isso! Mas o tempo é o senhor da razão! Espero que ele fique bom para que o senhor possa olhar nos olhos dele em pé, porque deitado não vai olhar não”.
Fez-se um silêncio tenso, sufocado.
Falei tudo isso olhando fundo nos olhos de Lula. Perplexo ante a minha reação, o presidente baixava os olhos, embora eles estivessem acesos de ódio, que ele sabe cultivar como poucas pessoas que conheci. O gesto era tudo que lhe sobrava então. Mas ele, é óbvio, não daria o seu troco ali. Um dos raros axiomas seguidos por Lula é que, em política e sindicalismo, não se entrega o leite.

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